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Olhe que não, shô Doutor! Olhe que não...

Olhe que não, shô Doutor! Olhe que não...

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pedro, 17.10.07



Palavra de honra que desconheço que tipo de gente – também no que concerne à etnia de pertença, a qual me possibilitaria o acudir de epítetos pejorativos dessa órbita punida constitucional ou judicialmente (não me recordo, de momento, se é alguma sequer) – é esta cáfila pseudo-humana, mas, para serem capazes de efectuarem o que efectuam, muita ruindade lhes deve correr naqueles vasos sanguíneos. Não sendo ainda portador de grandes certezas, nem por isso deixo de ter as minhas infalíveis suspeitas. Barrunto, sem qualquer tipo de prova ou impressão, que a responsabilidade de tão holocáustico acto – o qual desvendarei quando parar de divagar – seja de um reduzido conjunto de mulheres superciliosas, como a Malu Mader, mas com muito má índole e extremidades secas. Joelhos, cotovelos; ombros, se também for possível dar esse tipo de secura na zona. Já que se tocou a questão das sobrancelhas, e da sua fartura, refira-se que há um apresentador da SportTv – supõe-se, e bem, que ele lá nos natais em casa dos tios diga que é “jornalista”, mas na verdade não passa dum apresentador que nem sabe dizer Fulham em condições – que arranja as sobrancelhas. Não sei o nome dele, não por autismo, mas porque, por cânone auto-imposto, só decoro nomes de pessoas que escrevem livros, marcam golos e fazem arte em geral (nada de dançarias e coisas em que, estando eu na plateia, me venham tocar); mas quando souber, o nome do sujeito, retornarei a este assunto, desmascarando o indivíduo em todo o meu esplendor a desmascarar indivíduos que arranjam as sobrancelhas ao ponto de eu, que sou eu, reparar nisso. Mantendo o raciocínio encadeado, posso também tornar público que o apresentador do magazine cultural da Televisão Independente, um tal de não sei quê com três nomes, veste camisa com dois botões abertos, opção que deixa acesso visual a um hediondo fio que, eu até nem queria blasfemar, mas é tal e qual aqueles fios de pinhões de pinheiro manso, daqueles justapostos por pedaço de guita alva, bem lixada de partir, até com os dentes; fio esse que é, como se sabe, comestível e best-seller em festas de paróquia. Ele usa isso. É isso ou aquele excrementício que se usa agora, missangas, seja como for, é uma parvoiçada que até se coaduna bastante com a envolvente. Ainda assim, reprovo. Não se brinca com a comida, disse-me a minha avó, ainda ontem, quando eu fazia castelinhos com o arroz que ainda estava a arrefecer e simulava uma operação a um ovo estrelado (a parte amarela), portanto, parto do imperativo moral que também não se deva vestir a comida. Relativamente ao desabafo com que encetei este pequeno, ainda que infinito em engenho, pertinência e acomodação, ensaio, estava-me a, está mais que visto, referir às pessoas que tornaram possível aquela que, em termos de ocorrências previstas pela pirâmide de Maslow para o mundo civilizado, é a décima segunda pior coisa que pode suceder: uma embalagem de Clusters com uma percentagem absurdamente marginal de coisinhas brancas. Diga-se, desde já, que nem costumo comprar Clusters. Compro, por defeito, Milfarin, após uma, como é de conhecimento julgo que particular, vida de Cerelac. Pouco importa agora escalpelizar esse outro fenómeno. A embalagem de Clusters que comprei apresentava, e passo a citar de cor com a ajuda deste papel onde escrevi os números, trinta e um bocados daquilo castanho (julgo que será uma espécie de trigo ou feno contraplacado) e seis bocados laminados de amêndoa para uma coisinha branca, a, unanimemente reconhecida como tal, alma de qualquer embalagem de Clusters. Portanto, tínhamos um trinta e um para um. Isto é a maior ladroeira de que há registo. Comprar Clusters é um acto de fé. É, até se abrir a embalagem, viver na ilusão de que aquilo trará muitas coisinhas brancas. É certo, e todos sabemos, que nunca traz muitas, mas o mínimo que se exige é que nos apresente um bom rácio. Digamos que uma proporção de quinze coisas castanhas por coisinha branca (entretanto, fideputa para as amêndoas, que a Páscoa ainda demora) é o mínimo admissível. E, mesmo assim, estamos perante um rácio muito franzino. O problema desta gente iníqua, da qual desconheço o rosto embora imagine as sobrancelhas, é pensar que se fica a rir de mim. Não fica. Devem estar à espera que as pessoas comam trinta e um bocados castanhos para conseguir comer uma coisinha branca dos Clusters. Não eu, que optei por fazer outra coisa. Primeiro, retirei todas as coisinhas brancas da referida embalagem e guardei-as num tupperware onde normalmente transporto arroz para aquecer depois num microondas. Posto isto, desloquei-me à loja e disse que aquela embalagem de Clusters não tinha coisinhas brancas. Fui de fato. De fato, qualquer reclamação é válida. Um gajo pode ter ficado sem um braço a comer um Bollycao, que se não for reclamar de fato, eles estão-se marimbando. Deram-me, como é óbvio e justo, outra embalagem. Nova, por estrear. Voltei a tirar as coisinhas brancas e, desta vez, pedi a um conhecido de fato para ir trocar também esta segunda embalagem. E assim sucessivamente. Já vou em quatro trocas e já tenho no tupperware cinquenta e duas coisinhas brancas. O objectivo é ter as suficientes para encher uma embalagem de Clusters, tornando assim inversamente infrutífera toda a maldade inerente à orquestração destes rácios indignos. Sou um anjo deste tipo de justiça. O ideal seria, uma vez cheia a embalagem de coisinhas brancas, ir comer uma bela taça de coisinhas brancas de Clusters para a frente dessa gente. Mas os anjos não são vingativos. Contudo, tenho constatado que, genericamente, me custa ter preferidos. É-me tão mais fácil e natural a detestação. Por conseguinte, detesto aquele gajo do Friends, o Ross.


* é eu receber uma boa maquia de euros neste NIB e de bom grado darei início a uma esteticamente irrepreensível sessão de parágrafos

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