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Olhe que não, shô Doutor! Olhe que não...

Olhe que não, shô Doutor! Olhe que não...

Há, em toda a magnificência que constitui actualmente o youtube, apenas três golos do Purovic

pedro, 23.01.08


E um é ao Fátima. De resto, três descobertas mais a comunicar, e logo três cujo nível de frescura é, até certo ponto, majestoso; uma vez que foram efectivadas hoje, ou ontem, à tarde. Primeiro, e embora eu tenha uma clara psicossociopatia que m’impede d’apresentar desculpas sinceras, tenho que apresentar um sincero pedido de desculpas a todas aquelas pessoas a quem recomendei paio como a melhor coisa para pôr no pão. Afinal não é paio. É, isso sim, presunto rolado fatiado. Sempre pensei que aquilo que há mais de cem lanches meto no pão era paio, mas não é. Sendo assim, onde se me ouviu dizer “olha, mesmo, mesmo bom para meter no pão, sabes o que é? Paio!”, ouça-se “olha, mesmo, mesmo bom para meter no pão, sabes o que é? Presunto rolado fatiado!”. Ganha-se em factualidade o que se perde em musicalidade argumentativa. De notar ainda que, face a este desenrolar situacional, não faço ideia, então, que caralho é paio. Segundo, descobri que ter o bilhete de identidade caducado há meses [assuma-se simplesmente que é plural e fiquemos por aqui] e só descobrir que o está [caducado há meses] porque se foi aos correios levantar uma daquelas coisas que é preciso levar um bilhete de identidade actualizado [é esta a palavra? é o oposto de caducado que quero usar, julgo estar perceptível], é, palavras do senhor funcionário dos correios [aparentemente, formado com louvor em responsabilidade civil e rigor cívico] uma irresponsabilidade tamanha. Não sabia, fiquei a saber. Eu até tenho dois bilhetes de identidades [sim, nunca escrevo, nem digo, B.I. – há mais de sete anos que não pronuncio uma única sigla; detesto-as, e, ainda que demore mais tempo, a mim ninguém m’ouve, por exemplo, dizer P.S.P. em vez de Polícia de Segurança Pública], se bem que estejam ambos caducados. É fácil conseguir um segundo bilhete de identidade. Basta ficar convencido que se perdeu o bilhete de identidade e, se não tiver problemas em admitir que é um adulto que perde coisas [eu não tenho, e quem tiver que diga que foi assaltado ou uma dessas coisas que as pessoas que não sabem karaté costumam ser], ir pedir outro lá no sítio de fazer bilhetes de identidade. Uma vez feito o bilhete de identidade que vem substituir aquele que, pensa-se, se perdeu por aí, basta encontrar o bilhete de identidade, o tal que julgava perdido, numa gaveta ou no bolso dumas calças que não vestia há muito tempo. A verdade é que tinha os dois bilhetes de identidade no bolso, tendo optado por mostrar o mais recente, e, ao fim e ao cabo, acabei por nem mostrar o mais antigo [desejo de usar o argumento “então e dois bilhetes de identidade caducados não fazem as vezes dum bilhete de identidade em dia?” não me faltou] porque a vontade que tenho em ouvir duas lições de moral dum empregado dos correios é, em rigor, nula. Finalmente, e como terceira descoberta, surge o facto de, se se estiver parado junto a um dos lados duma passadeira, os carros param para, suponho eu, nos deixarem atravessar a estrada. Estive, hoje ou ontem, quinze minutos à espera num sítio que, mera coincidência, ser a zona do passeio que dá acesso directo e recto a uma passadeira. Acabaram por Parar, que eu bem contei, mais de trinta carros para me deixar passar. Uma esmagadora percentagem até fez aquele gesto do “vá, passe lá”. Mas eu não queria passar, estava só à espera. Desses mais de trinta, três indivíduos fizeram-me um pirete. A maior parte abanou só a cabeça. A estes, os que só abanaram a cabeça, fiz eu um pirete. Sou apologista de haver sempre um pirete em qualquer interacção social. Mais que um, bem, isso já pode passar por exagero. Mas um, um é elementar.

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